Planeta está muito distante das metas do clima combinadas há 10 anos no Acordo de Paris, aponta estudo
22/10/2025
(Foto: Reprodução) Mundo está longe de cumprir as metas do Acordo de Paris
Um relatório sobre mudanças climáticas divulgado nesta quarta-feira (22) mostra que o mundo está muito longe de cumprir as metas firmadas há dez anos em Paris.
Praticamente não tem notícia boa. O planeta está fora da rota em todos os 45 parâmetros analisados. O relatório da organização independente WRI, Estado da Ação Climática, afirma que o uso de carvão bateu recorde em 2024 - logo o maior poluente entre os combustíveis fósseis. Também em 2024, no mundo todo, o desmatamento foi equivalente a quase 22 campos de futebol por minuto.
Ao falar do Brasil, o texto destaca que a situação melhorou na Amazônia recentemente, mas que nos últimos dez anos o país foi um dos que mais contribuíram para o desmatamento.
Outro problema é que o financiamento climático - o dinheiro que os países ricos repassariam para os mais pobres se adaptarem - ainda está muito abaixo do necessário. A solução é correr. Para o planeta entrar no caminho certo até 2030, é preciso acelerar, por exemplo:
o uso de transportes como VLT e metrô em cinco vezes;
diminuir o desmatamento nove vezes mais rápido;
e o uso de carvão dez vezes mais.
Planeta está muito distante das metas combinadas há 10 anos no Acordo de Paris, aponta estudo
Jornal Nacional/ Reprodução
De bom no relatório, o crescimento da produção de energia limpa, principalmente eólica e solar. Mas ainda precisa mais do que dobrar nos próximos cinco anos. Os poucos progressos são insuficientes para o mundo atingir o objetivo lá de Paris, dez anos atrás: limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial.
A Conferência do Clima em Belém do Pará, a COP30, é daqui a menos de 20 dias. O relatório desta quarta-feira (22) coloca mais pressão nos governos. As pesquisadoras Clea Schumer e Sophia Boehm falaram com o Jornal Nacional.
"Estamos ansiosas pela COP no Brasil. Nós já sabemos o que precisa ser feito para combater a crise climática: ampliar o uso de energia solar e eólica, de veículos elétricos, interromper o desmatamento e eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis”, afirma Sophia Boehm.
“Nossa esperança é que os países transformem os compromissos em ações reais e que acelerem a mudança para fontes renováveis de energia”, diz Clea Schumer.
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